Faturamento Médico-Hospitalar: O Pilar Financeiro da Saúde.
No cenário complexo e crucial da área da saúde, o setor de faturamento hospitalar desempenha um papel central e estratégico, garantindo a gestão eficaz das contas médicas geradas a partir dos atendimentos realizados em unidades de saúde. Neste artigo, vamos explorar alguns aspectos básicos sobre o faturamento na rede privada e na saúde suplementar, onde as contas são originadas pelos atendimentos a beneficiários de planos de saúde.
Fundamentos do Setor de Faturamento Hospitalar
A Dualidade da Saúde: Para compreender o faturamento hospitalar, é essencial entender a dualidade do sistema de saúde. Na rede pública, as contas médicas decorrem dos atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, o faturamento está associado aos atendimentos de beneficiários de planos e operadoras de saúde. Cada contexto possui suas próprias nuances e desafios.
A Cadeia do Faturamento: O faturamento segue uma cadeia lógica de eventos. Quando um paciente coberto por um plano de saúde procura atendimento, as informações desse atendimento são registradas em guias e formulários. Estes documentos são então encaminhados ao setor de faturamento, que os transforma em cobranças. Após análise e aprovação, as operadoras de saúde efetuam o pagamento à unidade de saúde, completando o ciclo.
O Profissional Faturista Hospitalar
Perfil Profissional: O faturista hospitalar é um profissional essencialmente administrativo e financeiro. Ele precisa ter um conjunto de habilidades específicas, como organização, capacidade de lidar com normas, regras e relatórios. Para ingressar na área, é fundamental possuir ensino médio completo, e algumas instituições podem exigir um diploma de ensino superior.
Atuação Multifacetada: O faturista hospitalar pode encontrar oportunidades de trabalho em diversos ambientes de saúde, como clínicas, hospitais, laboratórios e até mesmo em operadoras de planos de saúde e seguradoras. Sua versatilidade é um de seus trunfos.
Progressão na Carreira: Ingressar como faturista pode ser o primeiro passo para uma carreira promissora no setor de saúde. À medida que adquire experiência, o profissional pode progredir para cargos como analista de credenciamento, analista de faturamento ou até mesmo gestor do setor.
O Setor de Faturamento como Centro de Controle Financeiro
Contribuição para a Saúde Financeira da Instituição: O setor de faturamento é um pilar fundamental para a saúde financeira de uma instituição de saúde. É responsável por garantir que todas as cobranças sejam feitas de maneira precisa e abrangente, englobando medicamentos, materiais, taxas e procedimentos diversos.
Integração com Outros Setores: O faturamento opera em estreita colaboração com outros setores, como recepção, cadastro, enfermagem e médicos. Essa interação é vital, pois o setor de faturamento atua como um ponto de equilíbrio que identifica problemas financeiros e não conformidades que podem impactar negativamente a receita da instituição.
Siglas e Termos Essenciais no Faturamento
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar): Esta agência reguladora, vinculada ao Ministério da Saúde, desempenha um papel crucial na regulamentação e fiscalização do mercado de planos de saúde no Brasil. Ela define normas, controla e monitora o setor, e seu site é uma fonte valiosa de informações para faturistas.
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): Responsável pelo controle sanitário de produtos e serviços de saúde, a ANVISA desempenha um papel fundamental na proteção da saúde da população. Quando produtos são suspensos ou liberados para comercialização, a ANVISA é a autoridade responsável.
CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde): Esse cadastro reúne informações sobre todos os estabelecimentos de saúde do Brasil, sejam públicos ou privados, pessoas físicas ou jurídicas. É essencial para o faturamento, pois contém dados como endereço, inscrição municipal e tipo de serviço prestado pelo estabelecimento.
AMB (Associação Médica Brasileira): A AMB é uma entidade que defende a dignidade dos profissionais médicos e a qualidade da saúde da população. Ela desempenha um papel importante na definição de diretrizes médicas e tabelas de remuneração de procedimentos médicos, como a Tabela AMB e a CBHPM.
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CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos): Essa tabela, criada em 2003, é uma referência na cobrança de procedimentos médicos. Classifica procedimentos de acordo com sua complexidade técnica e outros critérios, o que influencia diretamente na remuneração de profissionais de saúde.
TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar): A TISS é um padrão obrigatório para a troca de informações entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços de saúde. Ela estabelece padrões de guias e formulários, codificação de procedimentos, mensagens de negativas e outras diretrizes essenciais para o faturamento.
TUSS (Terminologia Unificada em Saúde Suplementar): A TUSS é um padrão de registro e intercâmbio de informações sobre procedimentos entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços de saúde. Sua introdução unificou a terminologia, simplificando a comunicação entre os agentes da saúde suplementar.
A Importância Estratégica do Setor de Faturamento
Contas Médicas, O Coração Financeiro: O setor de faturamento é o coração financeiro de uma instituição de saúde. Sua atuação é a chave para garantir que todas as despesas, desde materiais e medicamentos até procedimentos complexos, sejam devidamente registradas e cobradas, contribuindo para a sustentabilidade da instituição.
Detecção de Não Conformidades: Um dos papéis cruciais do faturamento é identificar não conformidades em outros setores que possam prejudicar a receita da instituição. Isso inclui problemas no cadastro de pacientes, falhas na recepção de informações ou outros fatores que afetem o processo de faturamento.
Integração com Setores Assistenciais: O setor de faturamento está intrinsecamente ligado aos setores assistenciais, como enfermagem, médicos e demais profissionais de saúde. As ações nesses setores influenciam diretamente as cobranças feitas pelo faturamento. Portanto, a comunicação eficaz entre essas áreas é essencial para o sucesso financeiro da instituição.
O Faturamento como Centro de Controle
Processos de Faturamento Estruturados: A eficiência no faturamento é alcançada por meio da estruturação dos processos. A divisão do trabalho em linhas de produção dinâmicas pode acelerar o fluxo de informações e otimizar a cobrança. Essas linhas de produção incluem entrada de informações no pré-faturamento, processamento, revisão e contenção de perdas.
A Importância de Sistemas Integrados: Ter um sistema de faturamento adequado é fundamental. Ele deve atender às necessidades da instituição, integrar os setores e melhorar a comunicação entre eles. Manter esse sistema atualizado e em constante evolução é essencial para o sucesso do setor de faturamento.
A Responsabilidade do Coordenador de Faturamento: Um coordenador de faturamento desempenha um papel fundamental na gestão de processos. Ele é responsável por coordenar todo o sistema, atualizar dados constantemente, manter relacionamentos com outros setores e operadoras de saúde, além de tomar decisões e liderar a equipe de faturamento.
A Rede de Comunicação: O setor de faturamento atua como uma rede de comunicação vital entre os diversos setores da instituição de saúde. É essa comunicação que permite a identificação de não conformidades e o funcionamento harmonioso de todos os processos relacionados ao faturamento.
Conclusão
O setor de faturamento hospitalar é muito mais do que apenas a emissão de contas médicas. Ele é o elo essencial entre a qualidade do atendimento, a eficiência administrativa e a saúde financeira das instituições de saúde. Seu papel é central, garantindo que todos os procedimentos sejam devidamente registrados e cobrados. Além disso, atua como um verdadeiro detetive financeiro, identificando problemas em outros setores que possam afetar a receita da instituição.
Assista abaixo, completa, a Aula 1 do Curso Básico de Faturamento Hospitalar:
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